sempre quis tocar a lua. descobri que há várias formas de lá chegar. não é preciso ser-se astronauta afinal.









terça-feira, 18 de janeiro de 2011

16 horas e 30 minutos

são 16 horas e 30 minutos.
hora exacta em que ela abre a porta do prédio
e sai.
para onde não sei.
nem quero saber.
apenas contemplo a sua saída.
todos os dias entro no prédio a essa hora.
todos os dias nos cruzamos.
menos aos sabados e domingos.
sinto saudades aos sabados e aos domingos.
digo-lhe boa tarde.
ela sorri e sai.
eu entro.
desejo o amanhã de imediato.
hoje ela está especialmente bonita.
um vestido em crepe castanho.
as formas do corpo dançam firmes.
e eu danço com elas.
a verticalidade desaparece pela calçada abaixo,
em tons de tique taque.
o dia continua.
são 16 horas e 35 minutos.
hora em que começo a distribuição do correio.
quem me dera pelo menos saber o seu nome.

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