sempre quis tocar a lua. descobri que há várias formas de lá chegar. não é preciso ser-se astronauta afinal.









segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

tango

fez-se silêncio. saíram todos.
a lua cresce lá fora. a saudade cresce cá dentro.

o jantar correu bem. sentei-me na cadeira junto à janela.
sempre fui mais de luas, do que de saudades.

dou um golo no chá. está frio.
mas, há sempre um mas.
confesso hoje às estrelas,

que me ouvem e não me podem calar,
como um sentimento assim, veio cravar-se em mim.

tenho saudades.
tão grande amor chegou para tão grande amor partir.
faço mais chá, desta vez de camomila.

de qualquer forma, é bom sentir.
seja amor ou dor, esperança ou saudade.
sempre fui mais de luas, do que de saudades.
sento-me de novo. sopro o chá quente.
mas, há sempre um mas.
agora sim, bebo o chá.

foi numa manhã ensolarada que, abraçados ao sol,
descobrimos o nosso beijo. um umbigo que nos abriga.
tenho saudades.
uma brisa urge da janela.
e,
afinal nem dançámos o tango.

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